19 de setembro de 2024 é, sem dúvida, uma data que vai ficar na minha memória. Foi nesse dia que subi ao palco do TDC SP para falar sobre data literacy, abrindo a trilha de Data Science. Não era só uma palestra. Eu estava lá como keynote speaker, discutindo um assunto que é meu mantra diário: cultura data-driven se constrói por meio de pessoas.
O que veio depois foi incrível. Muitas perguntas, um debate riquíssimo, e aquela sensação inigualável de dever cumprido. Gratidão por perceber que minha trajetória está seguindo o rumo que sempre sonhei e que venho construindo. E os feedbacks? Ah, os feedbacks! Foram tantos profissionais brilhantes dedicando um tempinho para me deixar uma palavra de incentivo, que mal consigo expressar o quanto isso foi valioso. É um tipo de reconhecimento que não tem preço.
Mas vamos ao que interessa: alfabetização em dados — o verdadeiro diferencial na implementação de uma cultura data-driven.
Ser orientado por dados está super na moda, mas não é só um modismo; é o ápice para qualquer empresa que quer navegar adequadamente pelo universo dos dados. O problema é que, para chegar nesse nível, há muito trabalho nos bastidores. Não basta só uma boa arquitetura de dados ou um time de dados de ponta. O ponto crítico, e muitas vezes ignorado, é ter times de negócios preparados para consumir as análises e saber o que fazer com elas. Gente capaz de ler, interpretar e, o mais importante, questionar os dados com pensamento crítico e habilidades analíticas bem afiadas.
Aposto que você já viu isso acontecer: empresas gastando fortunas em ferramentas e licenças de software, mas a formação das equipes... bem, essa ficou em segundo plano. Resultado? Ferramentas poderosas, análises superficiais. E aí começam os questionamentos: "Por que não avançamos nas análises?", "Por que só olhamos para o passado e não conseguimos prever nada?", "Por que nossos resultados parecem sempre óbvios, como aqueles que já víamos no Excel?" Quer mesmo saber? É pura insegurança dos times de negócios. E não, a culpa não é deles.
Talvez a falha esteja nos métodos tradicionais de ensino, ou nas experiências passadas que não ajudaram no desenvolvimento dessas habilidades. Ou, quem sabe, simplesmente nunca houve uma demanda por isso. O fato é que muitos profissionais se sentem inseguros em lidar com dados porque não foram formalmente treinados para isso.
Por outro lado, cada vez mais, esses mesmos profissionais são pressionados a entender melhor os processos nos quais estão inseridos, a perceber como seu trabalho afeta e é afetado pelo de outros, a ter uma visão sistêmica e a pensar com inteligência de mercado.
Ah, e não se esqueça: capacidade analítica é a habilidade número um no relatório "The Future of Jobs" de 2023 do World Economic Forum. Isso quer dizer que, se você é um profissional de negócios buscando se destacar, se alfabetizar em dados é uma excelente pedida. Se você é gestor, preparar sua equipe para lidar com dados é imprescindível. E se você está em um time de dados que só entrega mais do mesmo, é sinal de que seu ambiente precisa urgentemente de um reskilling.
É fácil? Nem sempre. Mas te garanto: você vai agradecer por ter começado hoje.
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